Demônio da alma

Digno de uma obra de arte, o cenário era perfeito, de uma janela eu conseguia ver a luz do sol nascente iluminar a montanha em um tom vermelho com um brilho intenso de um dia que acaba de começar, da outra janela, a luz do sol ainda não tinha alcançado completamente a paisagem, o que deixava as árvores em um tom azul claro, que me enchia os olhos de beleza. O contraste era enorme. Não sei ao certo se fui o único a reparar nisso, provavelmente não, mas a multidão estava mais preocupada em dançar do que apreciar a paisagem. 
A garganta pede água, vou ao bar pegar a fila pra poder comprar uma garrafa de água. Não consigo ficar imóvel na fila, a música me faz inevitavelmente balançar o corpo pra trás e pra frente, então enxergo através dos óculos embaçados alguém balançando no mesmo ritmo, sinto como se me olhasse, levanto os óculos para enxergar melhor e encontro algo mais belo que a paisagem, digna de ser uma escultura de Michelangelo, com 1,70m, uma pele bronzeada, uma calça jeans azul esculpindo as curvas perfeitas e uma jaqueta preta que se destaca aos demais moletons que as outras garotas estão vestindo, ela estava tão perto que sinto como se saíssem faíscas através da minha pele. Mas me faltava energia até mesmo para esboçar um sorriso, sinto meus lábios costurados. Prefiro pensar que foi resultado de uma noite sem limites, mas pra falar a verdade, é apenas uma desculpa pra não terminar o que comecei...

Índio maluco

O zunido ensurdecedor entra na cabeça e fica rebatendo de um lado para o outro do crânio, apalpo os lençóis em busca da fonte do caos, encontro meu celular e desligo... uma ligação perdida. A forte luz do visor embaralha a visão, leva um tempo até que os números fiquem nítidos.. 6h da tarde de sábado.

O zunido ensurdecedor agora é prazeroso, uma sintonia de graves a agudos alternam entre si e não entendo mais nada, só o que sinto é o ritmo do coração em sincronia com a batida da música, a fonte do caos está em mim e não tenho como desligar. A forte luz que vem das luzes, lasers e fogos embaralha minha visão, mas se eu quisesse ver nitidamente alguma coisa não estaria com óculos escuros embaçados pela noite fria... 3h da manhã de domingo.

e não pára...

Estrela de cinema

Acordo no susto de um sonho, uma preocupação qualquer que já não lembro mais, sinto a visão embaçada pela sol da manhã que avança da porta da casa e invade meu quarto, ouço apenas o ecoar do som das unhas compridas de minha cachorra de estimação arranhando o piso gelado. O som vai se aproximando, até sentir a língua úmida e fria tocar minha orelha, nesse momento eu sei que estou atrasado. Atrasado pra um ciclo interminável de preocupações. Eu penso comigo mesmo "não se importe, as pessoas não se importam" mas como não se importar? As pessoas se importam sim, podem até inventar um sorriso, mas jamais podem disfarçar um olhar. Um olhar cansado da batalha diária entre a auto-estima e a aceitação social. "Não se importar com o que os outros pensam" é um clichê muito vazio, vivemos em sociedade, necessitamos de companhia, devemos nos importar com o que algumas pessoas pensam de nós, pois esse vai ser nosso status social e vai influenciar diretamente em nossa vida. A questão é que posso moldar meu status social, é como se quando eu levantasse da cama, conseguisse ouvir o estalido de uma claquete de cinema e alguém ao fundo gritando ação! Uniforme de trabalho, bom dias involuntários e sorrisos amarelos. É como viver o mesmo personagem de um filme todo dia.

Um banho rápido, uma escovada de dentes mais rápida ainda, daquelas de rasgar a gengiva e deixar o gosto do fel invadir a boca. Aperto os sapatos, passo um pano úmido no couro preto pra tirar a poeira de outro dia, pego a camisa bem passada e encharco ela de perfume. Saio portão afora por dois motivos, vencer minha batalha diária e encontrar uma outra batalha que me motive a levantar da cama sem precisar de meu despertador sobre patas. Vinte e um anos, e foram poucos os dias que me motivaram a acordar cedo e muitos os dias que me incentivaram a dormir tarde. Minhas escolhas durante o dia são fáceis, difíceis são as escolhas depois do expediente de trabalho, porque é nesse horário que a vida acontece. O que a noite me reserva hoje? Não sei, mas independente do que acontecer, sempre tenho esperança de que eu encontre alguma motivação pra acordar.

Chego em casa me sentindo incompleto, deito na cama bagunçada, começo a imergir em pensamentos e apago. Provavelmente vou acabar sonhando com algum deles. E no fim desse sonho, meu dia recomeça.

Welcome to my life

Nos últimos meses tenho conhecido muitas pessoas novas, tanto no meio profissional, quanto no pessoal, seja em uma conversa de bar ou em algum grupo dos ''hobbies'' que eu tenho praticado. Conheci pessoas insanas e pessoas que de alguma forma me inspiram. Enfim, a conclusão é que definitivamente não vale a pena aturar quem de certa forma não acrescenta nada na tua vida, quem te faz regredir ao invés de progredir. O mundo está cheio de boas pessoas esperando pra serem ''descobertas'', basta baixar o escudo protetor e bóra viver! :D


apenas arquivando aqui pra não se tornar mais um post perdido no facebook.

MEL

Levou algum tempo pra aceitar que não estavas mais presente, hoje quando cheguei em casa senti sua falta.
Sempre que trabalho até tarde da noite, o cansaço toma conta, a única coisa que da vontade de fazer ao chegar em casa é me jogar na cama e dormir.. mas sempre tomando cuidado pra não te machucar. Essa noite foi diferente, fui pular na cama e me dei conta que você não estaria mais ali. Não estaria na cama, nem na almofada em baixo do ar-condicionado, nem no sofá onde eu sentava pra ver televisão. Perdi minha parceira das noites em claro jogando video-game, dos trabalhos noturnos em frente ao computador.
Com quem vou dividir a comida feita no microondas tarde da noite? Sem você as noites ficaram mais silenciosas e os dias mais vazios.
Como algo tão pequeno fez tanta falta?

Pequeno sim, mas cheio de sentimentos, de energia, de vida. Podia chegar em casa de mil maneiras diferentes, triste, alegre, bêbado, cansado, mas você estaria no meu quarto sempre da mesma forma, com aquela cara de ''apaga a luz que eu quero dormir''.

Lembro quando te ensinei a pegar correspondência... você nunca me entregava, mas aprendeu a pegar dos carteiros direitinho. Lembro quando a Meg entrou pra família... mesmo tendo o dobro do seu tamanho você tentava mostrar quem mandava.. coragem nunca faltou.

Nos últimos dias você andava doente e já sabíamos o que ia acontecer, mas um ser que não faz mal nenhum e só traz felicidade deveria ter um prazo de vida 10 vezes maior. De qualquer modo, prefiro lembrar de você assim, curiosa, corajosa e hiperativa.
Só quem ama um animal de estimação vai entender o que eu falo. Você se foi, mas vai sempre estar nas minhas histórias entre rodas de amigos, seja pra contar alguma história engraçada, ou pra me gabar de ter tido um animal inteligente. Talvez você fosse um anjo preto e orelhudo.


R.I.P.

Felicidade

talvez seja mais feliz do que imagino,

mas deveria ser mais do que concordo em ser.

Eu sei, nada vai mudar

Então, em homenagem ao dia nacional do design (já que ninguém me pagou gelada no bar) vou escrever este post em helvética; em homenagem a trilha sonora da noite, vou fazer um rap:

Saindo da millium

comprei 3 spray mais um

era o que eu queria pra esse dia

depois da aula de fotografia

fui pro bar de madeira, tomar uma cerveja

mas lá só tinha litrão, mas pera ai meu irmão

deixa que to indo pro concentração

lá joguei uma sinuca, 

mas não vi gnomos

(minha boca ta com gosto de cera)

nem mordomos, nem garção

então larga o taco e vai na mão

então começaram a falar 

e todos riem sem parar,

mas a arte ficou pra outro dia,

sexta todos querem é folia

e tem magrão que trabalha no sábado, ai é embaçado

e eu to com sono, é melor eu dormir, ou ent~~ao partirrr

saaaaalve, sapiênciia